EPILEPSIA POR ESCLEROSE MESIAL TEMPORAL
Resumo
INTRODUÇÃO: A Epilepsia do Lobo Temporal Mesial (ELTM) é uma síndrome epiléptica focal. Possui elevada prevalência entre pacientes com epilepsias refratárias, sendo que 65% dos casos estão relacionados à esclerose mesial. REVISÃO DE LITERATURA: Essa revisão realiza uma associação das alterações morfológicas das estruturas mesiais (hipocampo, amigdala e giro parahipocampal) com as mudanças nas características clínicas das crises epiléticas e o desenvolvimento de déficits cognitivos, como os de memória de curta duração, de linguagem e de funções executivas na evolução da ELTM. As alterações neuropatológicas se caracterizam por perda neuronal, reorganização axonal, aparecimento de dendritos basais nas células granulares, gliose, neurogênese e sinaptogênese. Após a morte seletiva de neurônios do hipocampo, observa-se um brotamento das fibras musgosas na camada molecular interna da fáscia dentada do hipocampo. Ocorre, consequentemente a proliferação e hipertrofia de corpos celulares gliais, principalmente astrócitos e neurogênese na camada subgranular da face denteada. Há evidências de que a cronicidade e a recorrência das crises epilépticas prejudiquem a neurogênese e contribuam para o aparecimento de alterações de cognição e de humor. Cerca de 25% dos pacientes com epilepsia relatam declínio cognitivo após início das crises epilépticas, pois além da memória ser um dos processos centrais da cognição, é também responsável pela aquisição, armazenamento, retenção e uso do conhecimento. Importante ressaltar que o sistema límbico possui um papel relevante na regulação das emoções e comportamentos, sendo influenciado pela ELTM. As crises epilépticas apresentam fenomenologia característica, podendo ser abdominais, somatossensitivas, emocionais, auditivas, cefálicas, gustativas, visuais e sexuais. Os fenômenos motores também são recorrentes. CONCLUSÃO: Enfim, vários estudos têm associado distúrbios psiquiátricos com esclerose mesial temporal. Já as alterações comportamentais podem variar desde depressão e ansiedade à psicose. Dentre os aspectos mais observados nas alterações orgânicas da personalidade, com grande rigidez moral, estão um comportamento de fobia social e desconfianças excessivas.